Pois muito bem... e não é que me deparei pensando nisso?
Essa relação entre o fazer e ser punido, virtude e pecado, céu e inferno, Deus e o Diabo, sempre me inquietaram.
Segundo S. Tomás de Aquino, "todo pecado se fundamenta em algum desejo natural e o homem, ao seguir qualquer desejo natural, tende à semelhança divina, pois todo bem naturalmente desejado é uma certa semelhança com a bondade divina”, e que o pecado é desviar-se da reta apropriação de um bem. Será que estamos todos condenados?
Vejo que tem se tornado rotineiro o uso da maioria dos tais pecados capitais, a saber: vaidade (ou soberba, a mãe de todos os vícios), avareza, inveja, ira, luxúria, gula e acídia (hoje substituído pelo termo, preguiça), quase que como vocabulário básico do nosso cotidiano. Será que estamos, todos, arruinados na ética do Divino?
Será que a soberba/vaidade continua sendo considerada socialmente como a mãe de todos os vícios e por ela, profanamos nossos usos e costumes?
Não vamos muito longe, porque se formos, vai dar uma "preguiça".... eita palavrinha usada e praticada nestes tempos de meu Deus.
E essa busca compulsiva pelo corpo sarado, pelo carro comprado, pelo cargo ocupado, até mesmo pela família entrosada?
Cometemos o pecado da gula pelos olhos, pois muitas vezes comemos com eles e pelo descontrole de dietas e mais dietas, assaltamos geladeiras sorrateiramente, roubando de nós mesmos a dignidade e a ética do compromisso assumido com o nosso bem estar.
A luxúria tem sido tão praticada nas mais diversas áreas que por ela, muitas vezes somos classificados como pessoas que são um luxo e outras que são um lixo!
Tá bem... alguém pode dizer que esse aspecto é apenas léxico. Mas o que concretamente fazemos com os "estímulos" musicais da "dança da garrafa", do "tapinha não doi" e de danças do "reboleichom", vendo a nós mesmos, por muitas vezes, treinando para isso e achando lindo, nossos filhos e netos transgredindo assim?
E a prática a avareza, aprisionando nossa capacidade de ofertar a alguém o que ele necessita. E não estou falando do vil metal, não! somos capazes de aplicarmos a avareza nos sentimentos, nos relacionamentos, tornando amarga a vida de tantos...
E por aí vai...
E esse trânsito caótico, só pra dar um exemplo que nos faz ter acessos frequentes de ira?
Daí, eu resolvi refletir em cada um desses pecados isoladamente e passarei a registrar minhas impressões ao longo dos próximos textos.
Também me permitirei refletir sobre os novos pecados capitais: a manipulação genética, o uso de drogas, a desigualdade social e a poluição ambiental, anunciados pela Igreja Católica recentemente.
Manterei meus olhos na experiência da observação humana e social, e no fenômeno de tais vícios, certamente inspirada em S. Tomás de Aquino, doutrinador dos sete pecados capitais iniciais.
Ou será tudo uma questão etológica e nada do que me referi, fere os tais pecados?
E por que, a mais de milênio, a visão ética do vício e pecado não foi alterada?
Quem aprofunda comigo?
Marcia Valéria Lira Santana
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