Apaixona-se por hábito. Pavio curto, esperança a metros. Desnuda de medo, transparente. Crente, roga aos céus pelos seus. Pés no chão, mãos ao coração, salto alto que voa. Saia rodada, recatada, acima do joelho, gentil espelho. Boca suave, corpo selvagem, coração de bomba. Punhado doce e pitada azeda, quer hoje o que não queria. Não quer mais o que desejou. Testa de não sei. Sorriso de sim. Choro de não. Ombro de talvez.
Bela. Rara. Incertezas e quereres: seus ofícios. Pode ser depois o que não era antes. E nunca mais para quem sempre foi. Cabelos ao vento, sempre atenta. Ontem fervia o que hoje resfria. Oras sol, oras chuva, trama e entrega, assanhada vulva. Toca e se retoca. Ajusta o caminho injusto. Teu ponto é dado a nó. Compaixão, coragem é tua religião. Arde em fogueira onde foi maré fria. Desce do salto em um segundo e sobe como se na palma da mão coubesse o mundo. Maquiada, cara lavada. Cheia de manias.
Do teu ventre, a vida, banhada com tuas lágrimas. Manhosa, misteriosa, poros poderosos, na ponta dos dedos segredos. Sagrada, profana, santa, divina, da vida. Vestida de intuição, luz, intenção e brilho próprio, se cobre com um dia, se traja noturna. Se prende com seu tato, embriaga com seu hálito. De perto tentação, de longe, saudade. Verdade e mentira, não queiram ver tua ira. De segredos. Feita de diversos infinitos e opcões. Não será ela se não for inconstante. É uma delícia ser, MULHER.
Vivianne Oliveira
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