Vagueiam suavemente os teus olhares
Pelo amplo céu franjado em
linho:
Comprazem-te as visões crepusculares...
Tu és uma ave que perdeu o
ninho.
Em que nichos doirados, em que altares
Repoisas, anjo errante,
de mansinho?
E penso, ao ver-te envolta em véus de luares,
Que vês no
azul o teu caixão de pinho.
És a essência de tudo quanto desce
Do
solar das celestes maravilhas...
- Harpa dos crentes, cítola da
prece...
Lua eterna que não tivesse fases,
Cintilas branca, imaculada
brilhas,
E poeiras de astros nas sandálias trazes...
Alphonsus de
Guimaraens